"Eu vou ao MayDay porque as coisas têm de mudar!Porque assino contrato e passo recibo verdePorque sou obrigada a pagar segurança social todos os meses e não tenho direito a subsídio de desempregoPorque tenho medo do futuro"
Inês Nogueira
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Eu vou ao MayDay porque... #28
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É já amanhã!!!
Já soa o alarme!!!
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Eu vou ao MayDay porque... #27
"porque não percebo as vidas que vivemos.porque achei que podíamos viver de uns biscates.mas percebi que uns biscates não chegam para viver.porque não vivemos sem trabalho.mas também não vivemos porque trabalhamos assim...sem direitos, sem limites, sem tolerância, sem respeito.acredito numa vida diferente!"
Sara Delgado
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Eu vou ao MayDay porque... #26
"Eu vou ao MAYDAY porque ainda quero acreditar que os meus filhos podem ter melhor futuro do que o meu presente!!!
Maria Polar
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Eu vou ao MayDay porque... #25
"Eu vou ao MayDay porque não dá para ficar à espera que alguém faça alguma coisa, porque considero que o confronto político se faz no espaço público e se constrói falando e agindo em conjunto e o poder resulta daí, neste caso o poder do precariado! Poder para dizer com toda a força não a este modo de vida imposto onde uns dominam e outros são dominados, uns dizem como deve ser e outros obedecem, uns oprimem e outros têm de resistir passivamente, onde uns comem e outros calam - vou ao MayDay porque quero outra vida, quero poder concretizar as minhas expectativas e vontades - quero derrubar isso tudo, o capitalismo, a exploração, o patriarcado, o racismo, a discriminação, as fronteiras, o conformismo, o sectarismo, e o protesto calado.
Sofia Roque
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Eu vou ao MayDay porque... #24
"Eu vou ao mayday porque quero dizer aos outros que estão ao meu lado
que há outras formas de viver, que está nas nossas mãos pensar e fazer
acontecer outras vidas. Porque sozinha os meus sonhos nunca serão mais
do que sonhos, junto-me com outros no mayday, para a minha voz soar
mais alto, para sermos cada vez, muitos mais, e para juntos fazermos
dos nossos sonhos vidas reais."
Mafalda Costa
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Vem ao MayDay Lisboa 2009 e traz muitos amigos e muitas amigas!!
na próxima 6ª feira, 1º de Maio
:: Concentração no Largo Camões (metro Baixa/Chiado), a partir das 12h, para pic-nic* e animação** ::
:: Partida às 14h30 em direcção ao Martim Moniz ::
:: Desfile com a Manifestação do Dia do Trabalhador (CGTP) ::
Esta parada depende de todos nós! Passa a palavra do precariado em luta!
É urgente! A 1 de Maio soamos o alarme!
MayDay!! MayDay!!
O precariado dá luta!
** jogos, música, convívio...
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O MayDay pela Europa fora
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Acidentes de trabalho
"De 15 em 15 segundos, um trabalhador morre em consequência de um acidente de trabalho ou de uma doença profissional.
De 15 em 15 segundos, 160 trabalhadores sofrem um acidente de trabalho."
Fonte OIT
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terça-feira, 28 de abril de 2009
Eu vou ao MayDay porque... #23
"Irei ao Mayday porque sou contra um modelo económico baseado na exploração do homem pelo homem. Quero ir porque luto por uma sociedade mais livre e igualitária e porque acredito que, enquanto espécie, somos capazes de fazer muito melhor do que isto. Estarei presente porque luto contra o capitalismo que nos vai atirar a todos para o abismo. Se é que não nos atirou já... Vou porque (ainda) não me impedem de ir."
Ricardo Alves
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Eu vou ao MayDay porque... #22
"Eu vou ao MAYDAY.
Vou, porque aprendi com o tempo que contractos de trabalho não são negociáveis mas sim impostos. E quantas lições não foram.
Aprendi que flexibilidade não defende interesses que não sejam os de directores que só obedecem a contenção de custos, que só aplicam fórmulas que levam a mais repartição de lucros por menos gente ( e estas fórmulas fogem tanto da criatividade e do talento, como de humanidade e respeito pelo próximo).
Vou porque no inverno, há dias em que chegar a casa do trabalho e voltar para o trabalho, são rotinas que quase não chegam a acontecer com a luz do sol.
Porque vou descobrindo as entrelinhas do contracto de trabalho. Traiçoeiras!
Vou porque, mesmo assim, muita gente me diz:
- “E já vais com sorte!”, ou “Vê lá o que dizes. Há muita gente com menos sorte do que tu. A direcção não quer ouvir isso! Não há dinheiro! Sim há lucros mas...não é para ti”.”És uma peça facilmente substituível.” E tudo isto na constante e permanente hipótese de “ ter que se acabar com a secção,ou reduzir pessoal. A gente não sabe … isto está complicado”.
Vou porque não consigo ficar calado perante a chantagem, e porque confronto a vontade de quem quer que não exista outro futuro, que não seja ainda mais precário que o presente. E vou porque sei que não vou estar sozinho e que ir já é mudar a "MAYDAYcar" !"
Rui Estrela
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Eu vou ao MayDay porque... #21
João Camargo
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Vou ao MayDay porque... #20
"porque por uns fui, outros sou e ainda outros serei precária. Pelo menos estes útimos quero contariar. Vou porque simples e felizmente posso expressar que não são estas as condições laborais e por isso de vida, que quero para mim, nem para os outros. Vou ainda porque neste dia a minha voz, graças a todas as outras ganha e dá força e por isso sinto-o como uma quase obrigação. Com isto digo que não vou so por mim, vou também por TI."
Rita Gordo
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Eu vou ao MayDay porque... #19
"eu vou ao mayday
porque no dia 1 de Maio de 1886 trabalhadores de Chicago saíram à rua e porque houve uma greve geral que começou aí e depois uma revolta e outra e porque mais tarde se tornou dia do trabalhador e dia de luta e só depois feriado nalguns países e porque nesse dia espero não ter nenhum biscate de última hora e porque a polícia reprimia no fascismo os protestos do 1 de Maio e porque sou roubado pelo Belmiro e depois pelo Estado e porque em Maio de 1974 milhares de pessoas saíram à rua em liberdade para mudar tudo e porque a vida precária não dá para aguentar e porque gosto de te tratar por tu e de bandeiras vivas e de tintas vermelhas azuis amarelas e porque é Primavera e estou zangado mas não me quero zangar sozinho e porque isto ainda é só o começo"
Pedro Boleo
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Eu vou ao MayDay porque... #18
"Eu vou ao MayDay porque as ruas pedem alguém que as grite,
porque os patrões pedem alguém que os pise,
porque os bancos pedem alguém que os roube,
porque os governantes pedem alguém que os desminta,
porque os precários de todo o mundo pedem alguém mais que se lhes una,
porque basta de vidas de remendos, de vidas exploradas pelo mais forte, e dos cinismos e dos consensos que nos mantêm as vidas assim.
Eu vou ao MayDay porque, como já disse alguém, se todos precários baterem o pé, a terra treme."
Diana Dionísio
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Eu vou ao MayDay porque... #17
"Eu vou ao Mayday pelos meus próprios pés e com os olhos nos olhos de todos e todas que transformam a raiva em força. Vou com a certeza que o grito que tenho na garganta só pode ser desatado por quem partilha comigo a angustia das vidas adiadas."
Ricardo Moreira
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Eu vou ao MayDay porque... #16
"Eu vou ao MayDay porque somos cada vez mais explorados e menos respeitados como pessoas e trabalhadores. Porque se os patrões, sobretudo desta nova geração, apenas pensam nos lucros sem olhar a meios, tão-pouco o Estado assume a protecção dos mais fragilizados e alinha despudoradamente com os exploradores, aprovando leis à sua medida e desejos."
João Falcão Machado
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Eu vou ao MayDay porque... #15
"Eu vou ao Mayday porque já estou farto de comer e calar esta nova forma de vida que nos querem impor, com cada vez menos direitos e prespectivas de futuro, eu não me calo, eu dou luta!!!"
Luís Soutinho
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Eu vou ao MayDay porque... #14
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Eu vou ao MayDay porque... #13
Porque no Largo Camões há de haver um charco onde eu possa soltar os sapos que ando a engolir desde que me lembro de trabalhar. Porque estou farta destes recibos verdes. Porque exijo direitos iguais para todos os que trabalham. Porque sonhei uma vida diferente. Porque (ainda) sonho com um mundo melhor.
Myriam Zaluar
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Eu vou ao MayDay porque... #12
"Porque me perturba que haja tanto para uns e tão pouco para outros; porque democracia não é ficar sentado à espera que decidam por mim, dizendo-me depois o que fazer. Ser explorado eternamente? Jamais.Por mim, por ti, por nós."
Luís Silva
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Cartazes do MayDay Porto
Em contagem decrescente para o 1º de Maio, aqui ficam os cartazes que o MayDay Porto faz circular.
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Eu vou ao MayDay porque... #11
Ricardo Vicente
Eu vou ao MayDay porque... #10
rUImAIA
Eu vou ao MayDay porque... #9
Ana Barradas
Eu vou ao MayDay porque... #8
Youri Paiva
Eu vou ao MayDay porque... #7
"Eu vou ao MayDay porque gritar para dentro provoca úlceras de estômago."
João Pacheco, jornalista
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Eu vou ao MayDay porque... #6
"Eu vou ao mayday porque não serve estar descontente e nada fazer. Porque só se mostrarmos o nosso descontentamento com a precariedade da vida é que serve estarmos descontentes. Só se dermos luta e gritarmos em conjunto. Porque é a única vez em que a participação de cada um conta e faz a diferença. E o mayday é e tem de ser feito por muitas mãos."
Diana Neves
E mais uma notícia sobre o MayDay
O jornal Sol publicou este fim-de-semana uma reportagem sobre o Mayday.
Precários Inflexíveis denunciam precariedade
A ES Contact Center irá gozar de um investimento de 700 mil euros da câmara municipal das Caldas da Rainha.
Segundo uma notícia recente do DN, a ES Contact Center mencionou epistolarmente a possibilidade de procurar outras paragens caso a autarquia recusasse embarcar nesta ajuda. Importa aqui referir que o administrador delegado da ES Contact Center é Pedro Champalimaud, presidente da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), pelo que a ameaça de deslocalização assume uma gravidade acrescida.
Mas está tudo bem, a ameaça não se concretizará. Afinal, a mesma ES Contact Center que agora vem pedir patrocínio aos contribuintes das Caldas da Rainha e de todo o país foi considerada há um ano a empresa do ano em 2007, recebendo um prémio da própria Câmara Municipal das Caldas da Rainha. E Pedro Champalimaud recebeu do sector o prémio individualidade do ano em Dezembro, pelo seu trabalho à frente da ES
Contact Center e da APCC. Por isso, há que mantê-los nas Caldas da Rainha a todo custo, não é? Terá sido o que pensou o Presidente da autarquia, Fernando Costa (PSD), que fez aprovar o negócio há dias em assembleia municipal. Argumenta o Presidente que estes 700 mil euros representam a garantia de mais “300 a 350postos de trabalho” no concelho e "150 mil euros de ordenados por mês".
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Eu vou ao MayDay porque... #5
"Vou porque sim e porque não me quero conformar. Vou porque não aceito que a única alternativa de trabalho que me propõe seja precária e porque quero partilhar o meu descontentamento. Vou porque já fui e porque valeu a ida. Vou porque quero estar com outras pessoas descontentes e inconformadas e porque lá estarão muitas!!"
Ana Feijão
Convocatoria MAYDAY '09: Nosotros no pagaremos la crisis !!!
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Eu vou ao MayDay porque... #4
"Eu vou ao Mayday porque quero fazer algo mais! Porque não me conformo com o que querem que eu seja e o que querem fazer de mim! Vou ao Mayday porque acredito numa luta possível em que tu e eu erguemos os braços e mudamos o mundo!"
Sara Rocha
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Eu vou ao MayDay porque... #3
"Eu vou ao Mayday porque estou farta, farta das leis que protegem quem tem mais poder, farta dos empresários que não as cumprem, farta das ACT's que não fiscalizam e farta da apatia geral que leva muitas pessoas a comer e nada dizer! Eu dou luta!"
Leonor Costa
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Eu vou ao MayDay porque... #2
"Eu vou ao mayday porque quero ter uma vida digna, sem ser explorado, e usado como algo que se possa descartar quando ja não é necessário.Quero poder dar uma vida estável aos meus filhos, sem ter de pensar no amanhã constantemente como algo incerto. Por mim, e por todo o precariado, vou ao mayday!"
Bruno Roseiro
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Eu vou ao MayDay porque... #1
"Estou a recibos verdes e sou formadora nas novas oportunidades, não sou chamada a reuniões de funcionários por "prestar um serviço", mas tenho de estar no local de trabalho até às 22h a receber inscrições de formação, senão sou posta de lado."
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Os MayDay's "andem" aí!!
Em Évora, também se fala do MayDay.
Para o 1º de Maio, a Sociedade Harmonia Evorense está a organizar um debate, uma sessão de cinema e um concerto à volta do tema da precariedade.
Aqui fica o cartaz e o convite para quem esteja por terras alentejanas.
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Mais um texto que anda na net
Via Resistir:
MayDay, MayDay! Um 1º de Maio contra a Precariedade do Trabalho
por João Camargo
O movimento internacional MayDay iniciou-se em Milão, no ano de 2001. Reune trabalhadores em condição precárias, fenómeno que se alastra devido à onda neoliberal que por todo o mundo se desencadeou sobre o Trabalho, A força da juventude desempregada e precária serviu de ignição para a disseminação deste tipo de organização. Esta une gente de todo tipo, idade e formação. Age através de assembleias públicas, onde é dada voz a todos os presentes — num processo decisório trabalhoso mas consensual. Actualmente o movimento MayDay está presente em Lisboa, Porto, Aachen, Berlim, Bremen, Copenhaga, Den Bosch, Genebra, Gent, Gornja Radgona, Hamburgo, Hanau, Helsínquia, Liége, Ljubljana, Madrid, Málaga, Maribor, Milão, Nápoles, Palermo, Terrassa, Tóquio, Tubingen, Viena e Zurique.
Em Lisboa as manifestações do MayDay incluíram a invasão de um centro de emprego, o encerramento de empresas de trabalho temporário na área metropolitana e acções teatrais no centro da cidade. Além disso, este ano – pela terceira vez – o MayDay irá participar da manifestação da CGTP do 1º de Maio.
No Porto, o ano de 2009 assinalará pela primeira vez a presença do MayDay nas manifestações do 1º de Maio. Em Coimbra e em Évora já houve acções relacionadas com a precariedade que se associaram ao nome Mayday. Entretanto, neste 1º de Maio não estão previstas manifestações organizadas.
Dentre as "soluções" capitalistas para a crise, a precariedade tornou-se uma das mais importantes. Ela passou a ser uma arma do patronato contra os trabalhadores com contratos firmes. As ameaças são diárias. A torto e a direito a comunicação social faz bandeira da "flexibilidade" que, segundo ela, aumentaria a "competitividade". O jogo é histórico: atirar uns contra os outros na base, fazer despontar preconceitos e ideias forjadas, em favor de uma minoria que é cada vez mais parasítica e pretende re-estratificar solidamente as sociedades de todo o mundo.
O CASO DOS CALL-CENTERS
Os call-centers são muito representativos desta jovem precariedade, rejuvenescida, mascarada e imposta a toda uma geração. Nestes, o homem-ferramenta é a chave para a manutenção da riqueza nas mãos dos mesmos de sempre. Assim, há que precarizá-lo, no trabalho como na vida, retirar-lhe as alternativas e privá-lo da sua dignidade, sentimento inútil no mundo de capital.
Nos dias de hoje, a especialização começa desde cedo. A triagem inicia-se na infância – são vedadas as oportunidades, marginalizadas comunidades, regiões e grupos de pessoas incómodas para o sistema. A padronização implica a escolha do futuro aos 15 anos, a privação de conhecimentos generalistas e de uma visão ampla da realidade. Num sistema universitário que cada vez mais se afasta das possibilidades financeiras reais da maioria da população, os cursos apostam na especialização e as grandes empresas já quase ditam os currículos obrigatórios para a conclusão dos ciclos de ensino universitário.
Em todas as etapas deste percurso possível as pessoas vão saindo para a vida activa: aí, as opções vão cada vez mais ficando também padronizadas – contratos precários, contratos a curto prazo, recibos verdes. Com vínculos presos por fios e de valores continuamente decrescentes, as vidas dos trabalhadores são joguete nas mãos de empregadores – sendo o Estado um dos principais elementos a usufruir destas novas (renovadas) condições de trabalho, a par das grandes empresas nacionais e multinacionais. Os bancos arrecadam com os despojos – é-lhes permitido controlar as pessoas, cujos vencimentos não permitem a manutenção de uma vida independente e digna e que se vêm obrigadas a contrair empréstimos a estes usurários.
A precariedade é a ferramenta básica para a manutenção deste ciclo vicioso, dividindo os trabalhadores em grupos de acordo com o seu estatuto contratual e procurando quebrar os laços de solidariedade que os unem. No negócio dos mass media que substituiu a imprensa, e onde a precariedade grassa, chamaram-lhe flexibilidade. Segundo fonte incontroversa (de acordo com os padrões vigentes nos tais media), a OCDE, 60% da população activa mundial labora em condições precárias. Considerando a fonte, será de esperar que a realidade esconda números obviamente superiores. Em Portugal, serão 2 milhões os trabalhadores precários. E o futuro de que nos informam diariamente promete muitos mais. A precariedade é o novo nome dado às condições que antes se chamaram de servidão, feudalismo e escravatura, e a marcha parece deslocar-se nesse mesmo sentido. Contra isto luta o MayDay.
O desemprego é a derradeira justificação para a restauração dos sistemas de exploração contra os quais o mundo ocidental batalhou nos últimos 200 anos. Não obstante, a memória dos trabalhadores e trabalhadoras, velhos e novos, portugueses e imigrantes, não desapareceu. Pelo contrário, solidifica-se e cerram-se fileiras para retomar um caminho que já foi percorrido. O mundo encontra-se em retrocesso social. Anunciam-se graves convulsões pela defesa de um mundo de futuro, contra um regresso ao passado.
O MayDay quer o Futuro, mas não um qualquer futuro. Por isso, o Precariado dá Luta!
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sábado, 25 de abril de 2009
Eu vou ao MayDay porque...
A caminho do 1º de Maio, apelamos a toda a gente para deixar um pequeno testemunho. Queremos juntar razões para a participação no MayDay, porque sabemos são muitas e precisamos de reunir todas.
O MayDay é um ponto de encontro que responde à agressividade da exploração, sabendo que ela se faz hoje de muitas maneiras. Nesta mobilização toda a gente conta para recusar a precariedade no trabalho e na vida.
O precariado dá luta!
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
MayDay: make'em pay...
A chamada para a acção e o cartaz do EuroMayDay já estão disponibilizados no site da iniciativa europeia.
Police and armies are in the streets, with their cameras and helicopters. Control is everywhere, terrorist laws are used to legitimize repression. The media keeps the lid on the pot that is starting to boil over. At the same time it is doing its best to convince us to keep up consumption. The serpent is eating its own tail. Our brothers and sisters in the south are paying the bill; and we pay too. Animals becoming extinct show the way to the future generations. And at the same time, the banks are throwing our billions out the window...
We live in great times! The crisis, the crisis, the crisis, the sound of the universe. Which crisis? The economists announce the end of neoliberalism. After years of TINA - there is no alternative- we thank the banks for their revelation: money is not the problem. Everything is possible! One hides or one fights! A new social contract, increased alienation, increased exploitation, increased precarity in all parts of life. Managing precarity, a disaster? Living in precarity is a permanent crisis and the disaster is already there.
The crisis is a big wave; you can surf or you can drown. To make it short: Our struggles happens in everydays live. Our tracks cross the borders of nation, social contracts and gender. Our battles are visible. The social demands are obvious, or maybe not? We speak to Europe, we announce it to the world: we like to surf, and it is our turn to ride the wave. From the 30th April to the 1st of May, we will take the power back, we will regain our creativity and speed. We and everyone who wants to. The banks are everywhere, dominating life, even though they are not alive. The stock markets have shown that only one card needs to be pushed over for the whole castle to collapse.
For this mayday we know the targets!
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
Aqui passamos a palavra
Cá está um texto do Passa a Palavra.
As novas regras da exploração: o trabalho precário
Que o capitalismo impõe à classe trabalhadora a exploração não é novidade nenhuma. A relação patrão-trabalhador sempre foi hierárquica e em benefício do primeiro, à custa do trabalho do segundo. Porém, pensou-se ter conseguido atingir um patamar em que os trabalhadores mantinham alguns direitos, nomeadamente a estabilidade do seu posto de trabalho, as “regalias” impostas pelo contrato de trabalho e o apoio da Segurança Social. Mas os tempos e as formas mudam, a exploração mudou – agora o trabalho é temporário, livre de direitos e com patrões intermediários.
O trabalho precário está, actualmente, generalizado. A OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico, que reúne os países mais ricos] estima que 60% da força de trabalho a nível mundial é precária. Em Portugal são 900 mil os trabalhadores a recibos verdes [ver nota] com um horário de trabalho, que não fazem um trabalho propriamente temporário e específico. Os contratos a prazo, de 1, 2 ou 6 meses, são uma realidade crescente – e terminam normalmente quando atingem o limite de contratos temporários, em que o trabalhador é posto na rua porque as empresas não querem mais gente nos quadros.
Esta instabilidade está associada a um novo tipo de empresas que têm surgido: as empresas de trabalho temporário (ETT). São intermediários entre a empresa onde se trabalha e o trabalhador, ficando com parte do seu salário. Recrutam trabalhadores aos magotes e alugam-nos a outras empresas dos mais diversos ramos, públicas ou privadas.
À instabilidade laboral, que não permite aos trabalhadores organizarem a sua vida pessoal (sim, ela existe), associam-se os baixos salários, que se prolongam sem grandes actualizações. O trabalhador é flexível e pobre.
Para combater e chamar à atenção deste tipo de exploração foi organizada, no 1º de Maio de 2001 em Milão, a primeira manifestação MayDay. Desde então espalhou-se por várias cidades do Mundo, principalmente na Europa. Em 2007 um grupo de activistas, muitos deles estudantes, organizou a primeira manifestação em Lisboa juntando cerca de 300 pessoas. Em 2008 as assembleias do MayDay abriram-se para novas pessoas, aumentou a diversidade, conseguindo organizar uma manifestação com 1000 pessoas. Neste ano de 2009 irão decorrer duas manifestações, uma em Lisboa e outra no Porto. Pelo meio organizaram-se várias acções, invadiram-se centros de emprego, pintaram-se muros, fizeram-se pequenas manifestações simbólicas – sempre num ambiente mais livre e descomprometido que as habituais manifestações de trabalhadores e sindicais.
É um movimento aberto a todos os trabalhadores, desempregados e estudantes. Não é nenhuma alternativa aos sindicatos, que só agora começaram a responder timidamente ao problema da precariedade, mas é uma forma de expressão e de luta – contra o cinzentismo e a instabilidade vivida pelos trabalhadores. Passa Palavra
NOTA: Em Portugal, os “recibos verdes”, originalmente destinados a controlar os impostos das profissões liberais e do trabalho ocasional, foram-se generalizando abusivamente a todo o tipo de empregos sem contrato, tornando-se um símbolo da precariedade. Por meio deles, e com a conivência das autoridades do trabalho, não só o patronato precariza a relação de trabalho, como os trabalhadores perdem as regalias e benefícios sociais que teriam como contratados.
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Debate "A Precariedade: contornos, experiências e respostas"
O MayDay foi convidado para um debate que ocorreu ontem à tarde na FCSH.
O mote foi lançado por duas mulheres que conhecem a precariedade pessoalmente.
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Festa Mayday Porto
* Rua Passos Manuel, 178, 4º andar
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quarta-feira, 22 de abril de 2009
MayDay pela Europa fora
A inconformação contra a precariedade está espalhada pelo mundo. Como a exploração não está só em Portugal, aqui fica uma imagem do MayDay de Liège.
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terça-feira, 21 de abril de 2009
Precários Inflexíveis estiveram hoje na ACT
Lê aqui o resto do comunicado de imprensa.
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Próxima Assembleia
:: 4ª feira, dia 22 de Abril, às 21 horas ::
:: Associação Solidariedade Imigrante ::
:: Rua da Madalena, 8 - 2º (ao Campo das Cebolas) ::
metro: Terreiro do Paço (linha azul)
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O cartaz MayDay Lisboa 2009 já está na rua!!
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Debate sobre Precariedade
Até ao dia 30 de Abril é possível passar pela FCSH e ver a feira do livro, teatro, cinema, poesia, concertos e debates.
O MayDay Lisboa foi convidado para participar num debate sobre "A Precariedade: contornos, experiências e respostas".
Será no dia 22 de Abril (4ª feira) às 14h30, no auditório 2 - torre B da FCSH e contará com a participação da professora de antropologia Inês Fonseca e com a jornalista e activista do MayDay Lisboa Myriam Zaluar.
Também no Porto se debateu ontem o tema da precariedade.
"Nas Jornadas do MayDay Porto juntaram-se ontem, 19 de Abril, activistas galegos e portugueses numa tarde de reflexão e debate. Desde as transformações nos modelos de produção e de regulação social às alterações do novo Código de trabalho, desde a estética do movimento aos desafios do sindicalismo nos tempos de hoje, muitos foram os temas que estiveram em discussão.
O MayDay Porto volta a juntar-se no dia 25 de Abril. Para uma banca durante a tarde e uma Festa nos Maus Hábitos à noite, com muita música e muitas ideias para celebrar a luta."
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Algumas imagens da Festa
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
Fotografias de Catarina Loura.
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sábado, 18 de abril de 2009
A Festa MayDay
Quem não passou por lá, ainda está a tempo de participar no Dia do Trabalhador, a partir das 12h no Largo Camões. E ainda está a tempo de contribuir para a preparação da parada (é só inscreverem-se em maydaylisboa@gmail.com).
E, enquanto isso, podem ouvir a notícia da TSF.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009
"Somos Muitos +" :: FESTA MAYDAY LISBOA 2009
Uma Festa para continuar este percurso de visibilidade e luta contra a precariedade. E para chegar a mais gente esta ideia: é possível enfrentar a precariedade e descobrir espaços de encontro que nos tornam mais fortes.
É por isso que pensámos um espaço de convívio em que os concertos, os filmes, a música, o espaço de construção de materiais para a parada, a presença do movimento associativo, as conversas e os copos são propostas para acrescentar vozes e ideias à parada de precários e precárias do 1º de Maio.
É já na próxima 6ª feira, no Ateneu Comercial de Lisboa, bem no centro da cidade, ao lado do Coliseu. À entrada, pedimos-te uma pequena contribuição: sim, porque não queremos ter patrocínios para esta montar esta Festa e construir o MayDay Lisboa 2009.
A exploração está na moda entre patrões e governos, somos cada vez mais aqueles e aquelas que vivem vidas permanentemente precárias. Somos muitos mais do que dizem as estatísticas. Somos mais do que números, somos pessoas. E lutamos para que as nossas vidas não sejam assim para sempre. Estamos a meio de um percurso que junta diversidade na recusa, com a força e energia de cada um de nós. Queremos ser muitos e muitas mais, para fazer uma grande parada no 1º de Maio!
Vem festejar a recusa da precariedade! Contamos contigo!
17 de Abril, 6ª feira :: a partir das 22h
Ateneu Comercial de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 110 (perto do Coliseu)
Metro: Restauradores - Mapa
:: CONCERTOS de As Tucanas e Pedro e Diana ::
:: DJ's Crew Hassan ::
:: JOGOS :: FILMES :: Music battle* :: Construção de materiais para o 1º de Maio :: BANCAS
O Precariado dá luta!
* traz o teu leitor de música portátil com as tuas músicas para também fazeres a festa! Na "Music battle" cada pessoa que queira pode escolher uma música com a ajuda do DJ e levar a festa ao rubro!!
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sábado, 11 de abril de 2009
A festa Mayday na boca do mundo
Na quinta-feira, véspera de feriado, o Mayday saiu à rua para convidar todos e todas para a Festa Mayday: Somos muitos +
Fomos para o Chiado, Largo Camões e Bairro Alto com pancartas, instrumentos musicais e gritos contra a precariedade!
Todos quiseram saber do que se tratava! Muitos pediam panfletos, conversavam connosco acerca da sua situação laboral e davam força a esta luta que é de muitos mais.
Hoje às 22h30 na Brasileira juntamo-nos repetir o número no Bairro Alto e em Santos, e todos/as estão convidados a vir fazer o Mayday!
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quinta-feira, 9 de abril de 2009
OCDE: Precariedade atinge 60% dos trabalhadores
Precariedade atinge 60% dos trabalhadores
TV Net - Francisco Homem
Os números são da OCDE, que afirma que 1 800 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham sem qualquer protecção social.
Não é um fenómeno recente, mas está a ganhar força com a crise que varre a economia global.
A precariedade laboral já atinge mais de 1800 milhões de pessoas - ou seja, 60% de toda a força de trabalho do globo.
Os números foram revelados num relatório da OCDE, que demonstra que as formas de trabalho informal estão a crescer e que podem mesmo atingir dois terços do mercado de trabalho global em 2020.
A situação é pior nos países em desenvolvimento, com o trabalho informal a representar três quartos de todo o trabalho na África subsariana e mais de dois terços no Sul e Sudeste da Ásia.
Mas também no Ocidente este é um fenómeno cada vez mais comum.
Em Portugal, por exemplo, a organização "MayDay" calcula em 900 mil o número de trabalhadores sem protecção social, direito ao subsídio de desemprego ou a protecção na doença.
Ou seja, cerca de 16% do total de população activa.
Mulheres, jovens e trabalhadores mais velhos são os principais afectados por esta consequência da desregulação laboral.
Para a OCDE são necessárias "medidas imediatas e não convencionais" para combater o problema, com particular destaque para o "aperfeiçoamento das ferramentas de desenvolvimento" e para a "promoção de reformas institucionais".
Até porque grande parte dos 1 400 milhões de pobres no mundo depende apenas da sua força de trabalho para sobreviver, o que torna a questão das garantias laborais, num ponto vital para um imenso mar de gente.
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Entrevista aos Precári@s Inflexíveis na TVI24
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terça-feira, 7 de abril de 2009
Assembleia MayDay! - 8 Abril - 21h - Solim
ASSEMBLEIA MAYDAY! LISBOA
8 de Abril - 4ª feira - 21:00h
Associação Solidariedade Imigrante
(Rua da Madalena, 8 - 2º - Lisboa Metro: Terreiro do Paço Carris: 7, 12, 28, 35, 40, 60, 745, 759, 781, 782, 790, 794, 12E, 18E, 25E, 28E, 206, 210 Mapa)
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Mayday por todo o lado!
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Coimas aos Recibos Verdes
A história em torno dos contribuintes com recibos verdes desenrolou-se no final do ano passado. Em Dezembro, a DGCI exigiu a cerca de 200 mil contribuintes a recibos verdes que pagassem multas e custas processuais pela não-entrega, em 2006 e 2007, de uma declaração a que estavam obrigados. Por cada ano, o fisco aplicou uma coima de 100 euros a que acresciam 24 euros de custas processuais. No total, eram exigidos 248 euros. Como a entrega da declaração está prevista na lei, num primeiro momento, as Finanças reforçaram a posição da DGCI e esclareceram que a entrega da declaração está prevista na lei e, como tal, não havia qualquer necessidade de fazer qualquer aviso aos contribuintes. "Os contribuintes estão a ser notificados para, no prazo de 10 dias, efectuarem o pagamento antecipado da coima ou apresentarem defesa; se pagarem dentro do prazo de 10 dias após a consumação da notificação (...), os contribuintes beneficiam da redução da coima para um valor igual ao mínimo legal da coima (100 euros) e da redução a metade das custas processuais (24 euros); caso decidam apresentar defesa, esta será apreciada (...), e se esta for indeferida será aplicada a coima sem reduções", salientavam as Finanças.
Com a divulgação da notícia das notificações e os consequentes protestos, designadamente do movimento Ferve - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes, as Finanças recuaram. E em comunicado de 15 de Dezembro, esclareceram que a DGCI já não iria exigir as coimas de 248 euros que estava a aplicar, adiantando que, para verem as multas perdoadas, os contribuintes teriam, até ao final de Janeiro, de entregar as declarações em falta, e, no caso em que as multas já tenham sido pagas, as mesmas seriam reembolsados.
Ora, dos duzentos mil contribuintes que foram notificados, apenas pouco mais de oito mil já tinham pago e, tal como havia sido esclarecido pelas Finanças, estas iriam ser devolvidas. Agora, fonte oficial daquele Ministério esclareceu ao PÚBLICO que "o número de contribuintes que pagou a coima foi de 8767. Até ontem [dia 2 de Abril] tinham sido restituídas cerca de 5000". Ou seja, houve devolução em cerca de 57 por cento dos casos, mas ainda há mais de 3700 contribuintes que não viram serem-lhe devolvidos os 248 euros.
A declaração que os contribuintes não entregaram tratava-se de um anexo da informação contabilística e fiscal cuja obrigação de entrega à DGCI existe desde o ano 2000, mas que, desde 2006, está integrado na Informação Empresarial Simplificada (IES). A criação das IES em 2007, com efeitos a partir de 2006, foi apresentada como uma medida de simplificação para as empresas que, até então, tinham de entregar documentação a quatro entidades públicas diferentes: o depósito das contas anuais e correspondente registo, junto das conservatórias do registo comercial; a declaração anual de informação contabilística e fiscal à DGCI; a informação anual de natureza contabilística ao INE; e a entrega de informação relativa a dados contabilísticos anuais para fins estatísticos ao Banco de Portugal.
Em 2007, estas obrigações desapareceram e apenas passou a ser necessário entregar a IES à DGCI e por via electrónica até ao final do mês de Junho de cada ano. Acontece que esta simplificação também veio permitir à administração fiscal cruzar a informação de quem passa recibos verdes e, segundo o Código do IVA, está obrigado a "entregar uma declaração de informação contabilística e fiscal"."
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sexta-feira, 3 de abril de 2009
Trabalhadores a recibos verdes poderão passar a pagar 70% do rendimento
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MayDay Porto: Debate, 6 Abril, 21:30h, Coop. Árvore
Dizem-nos que o trabalho mudou e que chegou o tempo da flexibilidade. Dizem-nos que a protecção social é um resquício de outro tempo, que o pleno emprego é uma miragem, que o direito ao trabalho é coisa do passado e que o trabalho é apenas mais uma mercadoria. Dizem-nos que não há alternativas e que a única solução é adaptarmo-nos ao novo mundo do trabalho sem direitos.
Em Portugal, como no mundo, o trabalho mudou. Mas de que falamos quando falamos das mutações no mundo do trabalho?
E o que significa exactamente a precariedade?
Como se repercute no mundo da vida?
Quem são os 2 milhões de pessoas em situação precária em Portugal?
Como pensar novas formas de protecção social para estes trabalhadores?
E a precariedade, tantas vezes apresentada como inevitabilidade, não é afinal um conjunto de novas formas de exploração no trabalho?
Que formas são essas?
E mediante estas transformações, como se fazem ouvir os direitos dos trabalhadores?
Como reagem os sindicatos e que novas formas de organização são possíveis?
Qual o papel da luta social e qual o papel do direito do trabalho nesta nova situação? O que se passou com o Código do Trabalho?
E que reivindicações e que combates se impõem hoje para o precariado?
Convidando especialistas e activistas, o MayDay Porto promove o debate sobre o trabalho e o emprego na era da precariedade.
Juntamo-nos no dia 6 de Abril para conhecer, para pensar em conjunto, para discutir e para transformar. O debate é aberto a todos e a todas.
Ana Maria Duarte _ Socióloga da Universidade do Minho, tem estudado a precariedade e a instabilidade dos modos de vida, tentando compreender o modo como a precariedade se repercute na vida dos trabalhadores.
António Casimiro Ferreira _ Professor da Universidade de Coimbra, especialista em direito do trabalho e sociologia do direito. Foi membro da Comissão do Livro Branco para as Relações Laborais, nomeada pelo Governo, tendo-se demitido, criticando a imposição do tema da flexigurança e apelando a “uma agenda laboral alternativa”.
João Pacheco _ Jornalista, é membro dos Precários-Inflexíveis e participa no May Day Lisboa. Recebeu em 2007 o prémio do Clube de Jornalistas Gazeta Revelação 2006, entregue pelo Presidente da República numa cerimóna pública. Dedicou o prémio a todos os jornalistas precários.
Sofia Cruz _ Socióloga da Universidade do Porto. Tem investigado o tema do trabalho e da precariedade, tendo realizado estudos sobre a realidade das trabalhadoras de caixa de supermercado e o fenómeno dos centros comerciais.
Segunda-feira :: 6 de Abril :: 21h30
Cooperativa Árvore :: Porto (Rua Azevedo de Albuquerque, nº 1, ao Passeio das Virtudes)
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quinta-feira, 2 de abril de 2009
Somos muitos mais a protestar
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quarta-feira, 1 de abril de 2009
Ser grande
Se descobriste que está a ser difícil realizares os teus desejos... vem manifestar-te.
Dia 1 de Maio, junta-te ao MayDay. Os precários vão encontrar-se no Largo Camões às 12h00 para um piquenique, a que se segue uma caminhada até à manif da CGTP.
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Portugal em risco de Desemprego próximo de 10%
Com uma contracção de 4,3% nas economias dos 30 países da OCDE este ano, a taxa de desemprego pode chegar a 10% no final do próximo ano. E Portugal também não escapa.
"Há o risco de o desemprego em Portugal poder aumentar significativamente", declara ao DN Stefano Scarpetta, director do Departamento de Emprego da Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Económico (OCDE), acrescentando que também aqui a taxa de desemprego se "pode aproximar" dos 10%. De uma forma global, o pico sentir-se-á no final de 2010, esclarece.
Sublinhando que a organização não tem novas previsões específicas para o País, Stefano Scarpetta refere, contudo, que "Portugal pode ser tão afectado como os outros países orientados para as exportações". Mas acrescenta que a reforma da legislação laboral pode ter um impacto positivo.
Contra um cenário de subida "maciça" do desemprego - 25 milhões de desempregados nos 30 países da OCDE entre 2007 e 2010 -, a organização recomenda a aposta nas prestações sociais e a extensão da duração do subsídio desemprego, nos países onde é mais limitado.
Nas previsões divulgadas em Novembro, a OCDE apontava para uma taxa de desemprego em Portugal de 8,5% este ano e de 8,8% no próximo. Projecções que, segundo esclareceu na altura a OCDE ao DN, implicavam a subida do número de desempregados para 498 mil pessoas em 2010.
As novas perspectivas de uma contracção de 4,3% no PIB dos países mais industrializados já este ano - contra a variação de menos 0,4% projectada em Novembro - foram ontem divulgadas pelo secretário-geral da OCDE, no encontro dos ministros do Trabalho do G8, em Roma. As projecções avançadas por Angel Gurría antecipam o Interim Report, que é hoje divulgado.
Neste contexto, diz agora a OCDE, a taxa de desemprego pode "aproximar-se" dos 10%, contra os 5,6% registados em 2007. "Isto implica que a crise pode levar a um acréscimo de 25 milhões de de-sempregados nos 30 países da OCDE, de longe o maior e mais rápido aumento no período pós-guerra", escreve a organização sediada em Paris.
"Os governos têm de tomar acções rápidas e decisivas para evitar que a crise financeira e económica se torne uma grave crise social com efeitos assustadores entre os trabalhadores mais vulneráveis e as famílias de baixo rendimento", insistiu ontem o secretário-geral da OCDE.
Formação, aumento da escolaridade obrigatória, descontos nas contribuições ou programas de criação de emprego no sector público estão entre as medidas recomendadas. A organização aconselha os estados a resistirem às "pressões políticas" para apostarem nas reformas antecipadas. "No passado, foram quase zero os beneficiários que voltaram à força de trabalho quando a economia recuperou", argumenta.
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